domingo, 12 de setembro de 2010



O que seria da vida


Sem a luz da tua alma a me lumiar

Como seriam os meus dias

Sem o ardor do teu altar

Pra que caminhar pelas trevas

A procura do lenitivo

Se hoje podemos encontrá-lo

No declínio do teu abismo

É mórbida flor, porém

Delicada e deslumbrante

Que sacia tão voraz vazio

Do meu semblante

É fruto negro e proibido

É lança no peito ferido

São ondas que tocam as nuvens

E inundam o pequeno infinito

Um castelo de espelhos

Na areia do meu tempo

O sangue quente derramado

Das veias do desespero

É nobre escuridão

Que devora as estrelas

É o frio do coração que

Congela minha tristeza

Vivo pela morte

Numa sede vampirística

Do livro sou as páginas

Macabras e místicas

Reflito no teu ego

A imagem mais nítida

Do alquimista a procura

Da amarga utopia

Sinto calor em teus lábios

Escuros no beijo

E vejo a lua através

Dos teus olhos negros

Sigo pregado em tua cruz

Ferido pelos espinhos do teu ódio

Envelheço mil anos

Por segundo ser tão lógico

São as asas que ardem em chamas

E me levam ao vale da solidão

Onde encontro meu abrigo

Em tal sentido sem razão

Pois tu és canção lírica

Que reluz minha alma agora

Teu sentimento obscuro

É minha felicidade mórbida

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